Na madrugada do último dia 20 de outubro, a
rádio 105 FM, em Utinga, cidade cerca de 440 quilômetros de Salvador,
foi vítima de furto e perdeu todos os equipamentos necessários para
funcionamento do veículo. Em contato com a reportagem do Bocão News,
na manhã desta quarta-feira (28), a diretora da rádio Rose Fernandes,
deu detalhes do crime e lamentou a falta de efetividade da polícia para
localizar os suspeitos.
Segundo a diretora, os bandidos
arrombaram o forro do teto para ter acesso à sala. "Na madrugada de
segunda para terça-feira, eles invadiram o local pelo telhado,
arrombaram o forro e levaram os equipamentos", contou ao lembrar que
entre às 0h e 6h, a rádio não funciona. "Quando o locutor chegou no
outro dia pela manhã para abrir a rádio, percebeu que não tinha quase
equipamento nenhum e os poucos que restaram, eles danificaram".
A diretora revelou que a ação dos
criminosos iniciou através do posto de saúde, que tem ao lado da rádio.
"A rádio divide muro com um posto de saúde e a ação foi feito pelo
posto, que estava com os portões abertos na hora", destacou.
Questionada sobre as investigações,
identificação dos suspeitos e localização dos equipamentos, Rose
lamentou a falta de efetividade da polícia. "Nada até agora. Ninguém viu
nada, ninguém sabe de nada, ninguém dá informação. Sem contar, que não
tem policiamento suficiente", alertou ao lembrar a dificuldade de venda
dos equipamentos. "Não são instrumentos de serem vendidos facilmente.
Então, provavelmente querem só destruir".
A "denúncia" da diretora foi confirmada
por um policial da Delegacia Territorial de Utinga, que preferiu não se
identificar. Em contato com o Bocão News, nesta manhã, o
policial confirmou o assalto e que as investigações estão paradas.
"Estão paradas porque é um problema governamental. Não tem efetivo, por
isso estão paradas as investigações", revelou.
A reportagem entrou em contato com a
Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), que através da
assessoria de imprensa, afirmou que não vai se pronunciar sobre o
assunto. Já a delegada da cidade, Elaine Laranjeira, disse não ter
conhecimento da situação e que vai procurar informações para um retorno,
que não aconteceu até o fechamento desta matéria.
Enquanto isso, a rádio que funciona desde
2002, permanece fora do ar e fará uma festa beneficente em busca de
arrecadar recursos para compra de novos equipamentos. Com medo de
represálias, Rose evita falar em suspeitos, mas não esconde a
desconfiança de que a ação teve motivos de censura. "É uma rádio que
está sempre dando voz e vez à comunidade. Sempre temos programas
polêmicos e ficamos na suspeita que tenha algo por trás. Eu sou uma das
locutoras mais polêmicas e sempre "batendo" nas coisas erradas da
administração municipal. Todo mundo fala que foi premeditado, mas não
temos provas para julgar ninguém. Então, preferimos não citar nomes",
desabafou.
bocaonews
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