Desde o dia 30 de julho que o casal Maurício Carvalho de Oliveira, 27
anos, e Lusitânia da Silva Matos (Tânia Capeteira), 37 anos, estão em
liberdade. Os dois foram acusados de serem os mentores da tentativa de
assalto à Joalheria Mascarenhas, no dia 18 de março de 2015, quando
Leila Regina, então grávida de sete meses, seu esposo Ivan Fonseca e a
filha de Ivan, de apenas 10 anos, foram mantidos como reféns por 6 horas
em poder de 03 bandidos. Tânia e Maurício falaram com exclusividade ao
Denoticia e alegaram inocência. Segundo o casal, Cristiano, que é irmão
de Tânia, juntamente com 05 amigos, esteve no sítio, próximo ao bairro
Terra Nova, em Conceição do Coité, onde residiam Maurício e Tânia.
Maurício disse que, na segunda-feira (16), Cristiano pediu para que ele e
os amigos pudessem fazer as refeições em sua casa, pois os amigos
teriam vindo de Salvador e por causa da “correria” não houve tempo para
procurar um lugar para se alimentar. No início tomaram o café da manhã.
Em seguida, resolveram almoçar, jantar. Por fim, pediram para dormir,
alegando que não queriam viajar à noite, por conta dos faróis ruins do
veículo (um Corsa hatch). Segundo Maurício, na terça-feira (17), pela
manhã, quando acordou já não encontrou nem Cristiano nem os amigos. No
dia seguinte Maurício viu uma matéria em um site da região, onde fala
sobre o sequestro. Nas fotos foram reconhecidos os meliantes, que haviam
dormido na residência do casal. No mesmo dia, a polícia esteve no
sítio, à procura de Cristiano. “Foram várias viaturas”, disse Maurício.
“Deita! Deita! Perdeu! Perdeu!”, ressaltou sobre a polícia. Entraram,
revistaram a casa do casal e depois apresentaram um dos bandidos
envolvidos no sequestro, que afirmou terem feito as refeições e dormido
no sítio da dupla. Os dois confirmaram que os criminosos estiveram por
lá, mas negaram qualquer participação. “Somos tão vítimas quantos o
casal sequestrado”, disse Tânia. O casal foi detido e passou 04 meses e
16 dias presídio, em Feira de Santana. “Tenho uma história de trabalho
em Riachão. Ralei muito para criar meus filhos”, completou Tânia.
Alvarás de soltura
Vida na prisão
Sobre a prisão, casal contou que passou os piores momentos de suas
vidas. Segundo Maurício, ele teve que presenciar pessoas sendo
esquartejadas durante a rebelião. Ele disse ainda que durante todo esse
tempo não recebeu nenhuma visita. Já Tânia, falou que era muito
humilhada, pois sempre que o advogado ou um parente comparecia no
presídio, tinha que ficar despida e se agachar quatro vezes seguidas.
“Só usava creme dental quando meus parentes levavam. Eu não tinha mais
nome. Era conhecida por um número”, contou Tânia. “Uma sensação
horrível”, acrescentou. Em relação ao preconceito que vai enfrentar,
Tânia disparou: “Quem vai me julgar é Deus. Ele sabe que a gente é
inocente. Na última audiência, a juíza concluiu que a gente não tinha
envolvimento nenhum e deu o alvará (de soltura) de nós dois pra gente
voltar pra casa”. O casal contou ainda que teve uma despesa de R$ 38 mil
reais em todo esse processo.
Fonte: www.denoticia.com.br
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